O que fazer em Chiang Mai? Aventure-se pelas montanhas e plantações de café

Eu amo café! Em todos os países que visitamos nós provamos um bom café local. E aqui na não Tailândia não foi diferente, entre uma atração e outra, lá estamos nós agarrados a uma xícara. Mas até o mês passado nenhum café tinha nos surpreendido. Foi quando decidimos sair do tradicional roteiro turístico e subir as montanhas, descobrir o que fazer em Chiang Mai e provar o melhor café da Tailândia.

Saímos da cidade de Chiang Mai, Tailândia, as 8 horas da manhã. A van nos levou para o Parque Nacional Doi Inthanon, uma cadeia montanhosa que vem lá do Himalaia, e que ocupa uma área de 482 km quadrados, o pico mais alto fica a 2.565 metros acima do nível do mar. Ou seja, o parque é grande, as montanhas são altas e a beleza é incrível! Demoramos uma hora até a entrada do parque, e mais 30 minutos até a nossa primeira parada. Estacionamos em uma pequena vila rodeada de montanhas e pés de café.

A vila é o endereço da tribo Karen, um grupo étnico que migrou de Myanmar (Burma) para a Tailândia no século 18, e desde então luta para manter as tradições e sobreviver em equilíbrio com a natureza. Fomos recebidos por Yosae, o pai; Mot o filho; e Poche, a matriarca da família e também a mais envergonhada da turma.

O cheiro do café era o que faltava para aguçar meu vício por cafeína. Grãos de café Arábica e Robusta colhidos manualmente, limpos, secos e esperando para serem torrados. Não é todo dia que temos a oportunidade de produzir e beber nosso próprio café. Eu estava pra lá de empolgada, parecia uma criança!

O processo foi todo manual, o mesmo passo a passo que a família repete há quase 30 anos. Com um pedaço de bambu mexi e re-mexi os grãos até ficarem bem torrados. O cheiro que subia da panela de barro impregnou no ar, uma mistura de fumaça, café amargo e felicidade.

Depois de 20 minutos ao redor do fogo de chão, Yosea decidiu verificar meu trabalho. Ele colocou os grãos numa peneira de madeira e agitou o café no ar. O aroma tomou toda casa, entrou de supetão pelo nosso nariz, delícia! Com muito cuidado e experiência, ele pegou um dos grãos, olhou, olhou, colocou na boca e mastigou por alguns segundos, depois virou pra mim e com inglês bem ruin falou: “Não está ruim não. Muito bom!”

Essas eram as palavras que eu esperava. Não queria ter que beber um café ruim feito por mim. Primeira tarefa encerrada, agora é hora de moer o grãos e colocar a água pra ferver. Próxima etapa seria uma boa conversa e a degustação do café.

Enquanto bebíamos o café [que por sinal estava delicioso, forte e cheio de sabor], Yosae e o guia explicaram que a plantação de café nessa região data de 1979. Foi quando o Rei da Tailândia trouxe as mudas de café para as montanhas de Chiang Mai, o objetivo era substituir o cultivo de ópio por café orgânico. As flores de papoula deram lugar as árvores de café e o pessoal da vila recebeu treinamento. Hoje a família de Yosae produz 3 toneladas de café por ano, sendo que 1/3 vai para o projeto governamental e os outros 2/3 são vendidos para o comercio local e exportado.

O café mudou a vida da família de Yosae, e a minha também. Nunca imaginei que um das bebidas mais tradicionais do mundo poderia ser tão saborosa, e que uma produção em pequena escala pudesse melhorar a vida de várias famílias. Isso sem falar no crescimento do turismo responsável promovido junto a comunidade. A vila é super pequena, com casas simples, criação de animais, pés de frutas e café. Nada turística.

Dentre todos os tours na Tailândia que fizemos, esse foi o mais surpreendente. Primeiro foi a possibilidade de torrar e moer meu próprio café. Segundo, ver na mesma parede uma foto do Rei da Tailândia ao lado da foto do Papa [aprendi que a tribo Karen foi convertida ao Cristianismo através do missionários]. Terceiro: ficamos hiperativos com o café.

Sempre me considerei viciada em café, e já provei muito café forte por aí, inclusive o café que é feito do grão coletado do cocô da civeta [o famoso Kopi Luwak da Indonésia]. E nunca fiquei alterada ou acelerada por causa da cafeína. Mas dessa vez foi diferente! Depois de uns 30 minutes que tomamos o café comecei a me sentir engraçada, cheia de energia, elétrica mesmo. Parecia que eu e Rob tínhamos tomado uma injeção de vitalidade.

Compramos um pacote de café para levar pra casa e nos despedimos de Yosae e Poche. Hora de seguir a trilha de trekking pelas montanhas de Chiang Mai e conquistar a floresta do Parque Doi Inthanon. Mot foi nosso guia, seguindo seus passos nós cruzamos por campos de arroz, mata fechada, rios limpíssimos e cachoeiras.

Nossa expedição pelas montanhas de Chiang Mai foi demais. Eu sabia que a região era famosa pelas trilhas e cachoeiras, mas pensei que seria um passeio bem turístico. Ainda bem que eu estava enganada!! Mot nos levou por trilhas vazias, morro acima e morro abaixo, passamos por três cachoeiras belíssimas. A água estava super gelada, nem pensar em nadar, mas perfeita para matar a sede.

Foram cerca de 2 horas de caminhada pela montanha. Nós estamos acostumados a correr, e pra gente o trekking foi fácil. Mesmo que você esteja fora de forma, cada gota de suor e cansaço valem a pena, você será recompensado com paisagens de tirar o fôlego. Isso sem falar na animação e nos truques que o Mot fazia ao longo do caminho. Apitos feitos com o folhas de arroz, colheres esculpidas a partir de bambu, ele e o Rob se pendurando nas árvores, e o maracujá docinho que ele nos serviu em uma das paradas para descanso.

Nossa trilha de trekking em Chiang Mai encerrou no topo da montanha, onde nosso motorista e van esperavam por nós. Mais uma despedida e seguimos nosso roteiro. Mot ficou no lugar onde ele pertence, nas montanhas do Doi Inthanon, seu quintal da casa.

Próxima parada foi no centro turístico do parque, onde tem restaurantes, banheiros e estacionamento. De almoço pedimos Tom Kha Gai, a sopa preferida do Rob, e peixe frito. O restaurante estava cheio de tailandeses e mesmo assim eles serviram a comida ao gosto dos estrangeiros, ou seja, nada de pimenta. 

Com as baterias recarregadas voltamos para estrada. Dirigimos alguns minutos até chegar ao Parque do Projeto Real na Vila Khun Klang, lá a tribo Hmong produz flores e frutas. O projeto nessa região segue os mesmos padrões da tribo Karen, a substituição das plantações de ópio por outros cultivos.

Flores coloridas, orquídeas e lagos. Nossa visita ao Projeto Real foi rápida, tínhamos mais um lugar para visitar antes do pôr do sol. Como diz o ditado: o tempo voa quando estamos nos divertindo! 🙂 O motorista seguiu pelas montanhas e curvas do parque, passamos por campos de arroz, mais florestas, algumas casas e estradas vazias… Quase uma hora depois chegamos na famosa cachoeira Mae Ya.

Mae Ya é conhecida como um das cachoeiras mais bonitas da Tailândia, e a favorita do rei. A fama faz jus a beleza do lugar! A água cai sobre um paredão de 280 metros de alturas, e as rochas criam diferentes níveis formando uma paisagem única. Nossa visita foi durante a estação seca, fico só imaginando a força da água e a velocidade da cachoeira durante a estação de chuvas.

A viagem de volta pra casa durou quase 2 horas. Nós embarcamos no tour “Essence of Chiang Mai” com a expectativa de passar um dia em meio a natureza, e no final nos surpreendemos. Durante o passeio aprendemos sobre turismo sustentável, café orgânico, natureza e o que fazer em Chiang Mai que é único e diferente.  

Antes de pularmos para o próximo capítulo, quero fazer duas observações: não esqueça de levar repelente e protetor solar na bolsa. Vista roupas confortáveis e vá de tênis.  😉

O tour nas montanhas de Chiang Mai foi organizado pela Buffalo Tours, uma empresa sólida e confiável que oferece passeios na Tailândia e em vários países da Ásia. Esse foi o primeiro tour na Tailândia que fizemos com eles, mas já estamos animados para os próximos. Foi demais conhecer um outro lado de Chiang Mai, deixar a rotina de trabalho de lado e aproveitar as belezas naturais da região.  

Se você pesquisar online vai encontrar muita informação e sugestões sobre o que fazer em Chiang Mai, atrações e passeios. A cidade é famosa pelos mais de 300 templos Budistas, escolas de massagem, feiras de ruas e elefantes. Faça como a gente, procure por uma experiência única, longe da multidão e dos turistas. Nesse passeio nós respiramos ar puro, preparamos e bebemos um café delicioso, caminhamos pela floresta e apreciamos paisagens deslumbrantes. Isso é que chamo de um verdadeiro dia de viagem!!

Chiang Mai também é famosa por ser a meca dos nômades digitais e blogueiros de viagem [foi assim que descobrimos a cidade]. Todo os detalhes sobre a vida dos blogueiros aqui na cidade você encontra no artigo especial que escrevemos: Por que Morar em Chiang Mai? Endereço dos mochileiros e nômades digitais.

Espero que nosso artigo tenha te inspirado a descobrir as várias atrações e o que fazer em Chiang Mai. Tenha em mente que a Tailândia é muito mais do que praias e ilhas paradisíacas [tipo Phuket, que a gente adorou]. Agora que você já tem dicas exclusivas sobre o que fazer em Chiang Mai, vamos para as informações práticas!

Como chegar em Chiang Mai??

Chiang Mai fica no norte da Tailândia e é uma das maiores cidade do país e é famosa entre os turistas locais e internacionais. Existem várias maneiras de chegar em Chiang Mai, e nós já testamos todas! 🙂

De Bangkok para Chiang Mai você pode pegar o ônibus ou o trem [os dois têm opções durante o dia ou a noite, e são os meios de transporte mais baratos]. De ônibus nós usamos a empresa governamental, com preço justo, bancos espaços e alimentação inclusa no pacote. Os horários e preços você encontra o site oficial. Nossa última viagem de Bangkok para Chiang Mai foi no trem noturno e foi bem legal. A cama é grande e confortável, e o trem até que não balança tanto. Se você estiver em Ayutthaya pode pegar o trem direto a Chiang Mai também. Preços e horários no site da empresa.  

O aeroporto de Chiang Mai é internacional e recebe voos diários de Bangkok, Phuket e das principais cidade do Sudeste Asiático. Para encontrar as melhores opções de voos e tarifas pesquise no Skyscanner, os voos da AirAsia geralmente são os mais baratos.

Onde ficar em Chiang Mai??

Chiang Mai tem uma oferta incrível de acomodação. Desde hostels, albergues, pousadas, resorts…  Com certeza você vai encontrar um hotel em Chiang Mai que é perfeito para o seu  bolso e gosto.

 

» Hotéis na parte histórica de Chiang Mai 

A cidade velha [ou melhor dizendo a parte histórica de Chiang Mai] tem todos os tipos de acomodação. A maioria dos mochileiros preferem ficar na área dentro do centro velho por causa da grande oferta de quartos compartilhados e pousadas. Isso sem falar que ali é super fácil de conseguir comida de rua e visitar as atrações de Chiang Mai. Mas não se engane, entre as ruelas es templos ancestrais tem muito hotel boutique oferecendo o melhor da hospitalidade Tailandesa.

» Hotéis em Nimman, Chiang Mai 

Esse é o bairro mais “trendy” de Chiang Mai, cheio de bares, restaurante, lojas de designers locais e estrangeiros. O número de hotéis de luxo e hostels boutique nesse região aumenta a cada ano. É o nosso bairro preferido em Chiang Mai, onde ficamos nas últimas duas viagens.

» Hotéis nos arredores de Chiang Mai

A região de Chiang Mai é bastante grande e a natureza é o melhor atributo daqui. Muitos hotéis estão escondidos nas montanhas, rodeados por uma paisagem incrível. Os resorts oferecem spa, serviço de luxo e todo o conforto que você pode imaginar. Se o seu sonho é ficar hospedado no meio dos campos de arroz, não se preocupe, Chiang Mai também tem. 😉

Para encontrar e reservar os melhores hotéis em Chiang Mai eu sugiro usar os sites: Booking.com ou  Agoda.Nós usamos essas empresas e encontramos ótimas ofertas e avaliações confiáveis. Chiang Mai está sempre lotada, então é bom reservar os hotéis com antecedência e garantir o melhor quarto para você. 

Nós ficamos no Panviman Chiang Mai, um resort nas montanhas, uns 40km da cidade. O hotel é espetacular, rodeado de verde, quartos espaçosos e confortáveis e um serviço impecável. Só demos azar de pegar uma baita frio, chegou a 6C! Nâo deu para curtir a nem piscina e nem a jacuzzi na nossa sacada. Motivos para voltar…

Não importa onde você ficar, se locomover dentro de Chiang Mai é bem fácil. A toda hora e em qualquer lugar você encontra tuk-tuks e o songthaew [uma especie de ônibus vermelho que circula pela cidade]. Também dá para alugar uma bicicleta ou moto e descobrir o que fazer em Chiang Mai no seu próprio ritmo.

Como é o clima em Chiang Mai?

 

» Melhor época para visitar Chiang Mai

De novembro a janeiro é a época mais fria, não chega a ser um inverno rigoroso, mas você vai precisa de uma jaqueta durante a noite. Essa é a estação do ano de mais gostamos, a cidade fica cheia de turistas, mas é a melhor época e temperatura para vistar as atrações de Chiang Mai.

» Pior época para viajar pra Chiang Mai

De março a junho é estação mais quente em Chiang Mai. E março é o pior mês pra viajar pra lá. Do final de fevereiro até o final de março é a época das queimadas e a cidade fica coberta por uma fumaça horrível. Você não consegue respirar direito, não dá para ver nada, e você precisa usar máscara o tempo todo.

Escolha a melhor época para viajar e deixe Chiang Mai surpreender você! Lembre-se das minhas palavras: visite todas as atrações turísticas, e também descubra o que fazer em Chiang Mai que é único, fora da rota dos turistas. Ahhh, e não esqueça de tomar um bom café, pelo menos duas xícaras, uma pra você e outra pra mim! :- D

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Você já preparou seu próprio café? Curtiu nossa dica sobre o que fazer em Chiang Mai? Compartilhe sua opinião, planos de viagem e sugestões de café!!

PS: Agradecemos a Buffalo Tours por nos ajudar a descobrir o que fazer em Chiang Mai, Tailândia. Não importa quem paga a conta, você sempre recebe nossa sincera opinião. Alguns dos links neste post são afiliados, ou seja, se você reservar seu hotel através do nosso site, nos ganhamos uma comissão [sem nenhum custo extra para você]. Obrigado!